Urcamp inaugura Mostra de maquetes de túmulos do Cemitério da Santa Casa

Reitoria da Urcamp prestigiou lançamento

ATIVIDADE DESTACA RELEVÂNCIA DO PATRIMÔNIO E ARTE CEMITERIAL 

 

A Urcamp inaugurou na tarde desta quarta-feira, 27, uma mostra que destaca a parceria entre seus cursos e o projeto Cemitério Memória Viva. A ação visa oferecer uma perspectiva diferente sobre patrimônio público, artístico e cultural a partir da arte cemiterial de Bagé. O evento reuniu a iniciativa dos professores de três diferentes componentes curriculares do curso de Arquitetura e Urbanismo da Urcamp, cujo resultado é a exibição de maquetes de importantes túmulos que são alvo de pesquisa no Cemitério da Santa Casa de Caridade. A mostra será exibida no saguão do campus central até o dia 29. 

Para o curador do projeto Cemitério Memória Viva, Nilo Romero, a proposta do curso de reunir pesquisa arquitetônica, teoria e história sobre patrimônio e, ainda, concretizar os estudos na produção de maquetes é algo inovador. “É uma iniciativa pioneira. Nunca vi nada igual no Rio Grande do Sul e nem em nível nacional”, afirma. A Mostra reúne o trabalho de três professores em diferentes componentes curriculares que mobilizou mais de 40 alunos nas atividades práticas de elaboração das maquetes. Toda a atividade servirá também como objeto de avaliação dos acadêmicos em cada área de atuação, que corresponde à pesquisa, elaboração dos posters informativos e a construção dos modelos.  

De acordo com o curador, os túmulos escolhidos para figurarem como maquete nesta primeira fase foram apontados pela sua relevância arquitetônica e pelo contexto histórico. “São todos do auge do desenvolvimento da cidade, o que também corresponde ao auge da arte cemiterial local, por volta da segunda metade do século IXX”, argumenta Romero. E para contribuir com a história e sensibilizar a população sobre a conservação deste patrimônio, cada componente curricular participa com um tipo de abordagem: na de Patrimônio Cultural e Histórico Edificado, a professora Marília Barbosa gerou grupos entre os 17 alunos encarregados de levantar a história e análise arquitetônica de cada exemplar; na de Teoria e História das Artes e Arquitetura, a professora Magali Nocchi Collares Gonçalves incentivou oito acadêmicos a pesquisar sobre os diferentes estilos e estéticas aplicadas, o que resulta em uma informação completa sobre a simbologia empregada nas construções; na componente de maquete, o professor Marcelo David Pereira orientou os alunos nas etapas de levantamento físico e visual, com fotografias, tomada de medidas e digitalização em 3D, já pensando em uma futura impressão dos modelos. O trabalho artesanal exposto na mostra foi feito com papelão, papel paraná, gesso e massa biscuit. 

Presente à abertura da Mostra, o reitor da Urcamp, professor doutor Guilherme Cassão Marques Bragança demonstrou sua satisfação em perceber a atuação ativa da instituição em uma proposta que busca valorizar a identidade local. “Costuma-se dizer que a Urcamp sempre foi responsável pelo futuro de boa parte de nossa população regional, afinal, foi pelos nossos caminhos que muitos traçaram suas carreiras profissionais. Mas sempre fizemos isso porque temos noção clara de nossa origem e de nosso passado. Por isso é importante manter esta memória sempre viva”, analisou. 

 

Projeto Cemitério Memória Viva

A proposta de sensibilizar a comunidade para a relevância do patrimônio e arte cemiterial de Bagé integra um dos objetivos do projeto Cemitério Memória Viva, cuja curadoria é mantida pelo professor Nilo Romero. “A proposta é gerar informação e conhecimento que permita a preservação deste conjunto arquitetônico e sua restauração”. Nesse grande desafio ele conta com uma pequena e atuante equipe formada pela professora e artista plástica, Heloísa Morgado, e por uma estagiária mantida pela Urcamp que organiza e cataloga informações sobre o patrimônio cemiterial no Cemitério da Santa Casa. 

“Mas temos muitos parceiros, como a Urcamp, que nos permitem avançar em três áreas da proposta”, informa Nilo Romero: primeiro é restauração, manutenção e limpeza; o segundo é levar as famílias a se reapropriar dos túmulos, onde entram aspectos como genealogia e história; e para lidar com tanta informação, a criação de um Memorial que é aberto à população. “Só para se ter uma ideia dos exemplares desta mostra, se tivermos que explicar cada um deles teremos tanto conteúdo que já se percebeu a necessidade de oferecer um memorial”, informa. E é exatamente isso que foi feito. A parte térrea do memorial já está pronta junto ao Cemitério da Santa Casa, onde a equipe está instalada e para onde as maquetes da exposição serão transferidas a partir da próxima semana.

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