Centenário da insulina é tema de palestra no Congrega Urcamp

Foto: Gustavo Moreira

 

Por Mariana Bond

Acadêmica de Jornalismo da Urcamp

 

Na noite desta terça-feira, 26, segundo dia de atividades da 17ª edição do Congrega Urcamp, foi promovida a palestre “100 anos de insulina, o que mudou e seus benefícios e obstáculos”. Ministrada pela Dra. Elizangela Araújo Pestana Motta (ESTÁCIO de São Luís), a palestra foi realizada durante o ciclo de apresentações do eixo saúde e visou debater sobre a diabetes mellitus e a história da insulina, apresentando os fatores que envolvem a doença e seus tratamentos. 

Segundo Elizangela, a diabetes é uma desordem do metabolismo da glicose, considerada um problema de saúde pública, uma doença crônica de alta prevalência que exige uma relação profissional de saúde e paciente bem definida. Conforme os dados da Federação Internacional de Diabetes, apresentados em todos os continentes, o número de pessoas entre 20 e 79 que apresentam diabetes aumentou e, hoje, um em cada 11 adultos têm a doença, o que corresponde a 463 milhões de pessoas, somando um custo em saúde de cerca de 760 bilhões de dólares. Além disso, um a cada dois adultos tem diabetes, mas não está diagnosticado. “Este panorama nos remete a uma preocupação com a saúde da população, principalmente da população que está envelhecendo e adquirindo hábitos de comodismo”, afirmou.

De acordo com a palestrante, entre dez países, o Brasil é o quinto que gasta mais com saúde, numa estimativa de 50 bilhões de dólares, valor que está crescendo. “É preocupante, por isso temos que ficar mais atentos a estes pacientes, porque eles precisam acompanhar a evolução desta doença. O paciente precisa mudar sua rotina, entender que anos atrás a diabetes era considerada uma sentença de morte [...] e hoje há vários tratamentos com medicamentos de uso oral e injetável, mas ainda assim o número de pacientes que apresentem diabetes, quer seja tipo um ou tipo dois, tem aumentado e isso tem elevado os gastos com saúde”, ressaltou Elizangela Motta.

O tratamento envolve farmacológico e não-farmacológico, que envolve a mudança de rotina e comportamento do paciente. “O ideal é que o paciente não passe a usar a insulina, mas a insulina foi o grande marco da história do diabetes e a grande conquista para o seu tratamento. Antes do seu descobrimento os pacientes morriam em dias, semanas, então a descoberta da insulina se confunde com a própria evolução da medicina”, disse.

A história da insulina
A história da insulina inicia em 1921, com o cirurgião Frederick Banting e seu assistente Charles Best, da Universidade de Toronto. Já em 1923, as empresas farmacêuticas passaram a produzir a insulina rapidamente. A produção no Brasil iniciou em 1978. Ao longo do tempo, foram buscadas outras alternativas para a produção da insulina, visando trazer uma melhor qualidade e expectativa de vida ao paciente. Entre os benefícios da insulina estão o controle da glicemia e o aumento da qualidade de vida do paciente, mas, a palestrante ressalta que ainda são enfrentados alguns obstáculos com relação aos efeitos do uso do tratamento e a falta de cuidados com a sua utilização. “O paciente com diabetes tem que ser monitorado, educado e orientado da melhor forma possível”, ressaltou.

Ao longo do encontro, foram abordadas as formas de aplicação da insulina e dados sobre o conhecimento de pacientes a respeito do medicamento, os avanços com relação ao tratamento e formas corretas de descarte dos aparelhos utilizados. “Neste centenário, desde a descoberta da insulina, houve importantes avanços na insulinoterapia. Entre eles, a purificação da insulina animal, a substituição pela insulina humana sintética e, mais recentemente, a síntese de análogos de insulina de ação rápida e prolongada. Outra importante conquista para a insulinoterapia foi o lançamento da formulação em pó da insulina humana, utilizada de maneira inalada e absorvida pela circulação pulmonar. 

“Há 100 anos era descoberta a insulina, vital para diabéticos. O isolamento da insulina foi uma das maiores conquistas da medicina. Até então, diabetes era mortal. Pacientes dispõem hoje de várias terapias e pesquisadores tentam otimizar ainda mais os tratamentos disponíveis”, concluiu Elizangela.

Logo após a discussão sobre o centenário da insulina, foi a vez do Dr. Alexandre Vargas Schwarzbold (UFSC) palestrar sobre “Epidemiologia da Covid-19 no cenário atual e futuro da população adulta vacinada”. O ciclo de palestras teve como mediadores os professores Guilherme Cassão Marques Bragança e Gabriela da Silva Schirmann. Procure pelo tema no canal do YouTube da Urcamp.