Pastagens e sementes foram tema da primeira noite da Semana Acadêmica de Agronomia da Urcamp

Coordenadora, Ana Bicca, abriu 54ª Semana Acadêmica com a presença do reitor, Guilherme Bragança

A primeira noite da 54ª Semana Acadêmica do curso de Agronomia da Urcamp, nesta terça-feira, 22, foi marcada por temas voltados à qualidade de produtos e incentivo a uma visão integrada da produção rural visando à sustentabilidade. O encontro dividiu-se em duas palestras que acabaram se integrando no sentido de propor uma gestão global de recursos e culturas de maneira harmoniosa para todo o sistema produtivo. O ato inaugural foi prestigiado pelo reitor, professor doutor Guilherme Cassão Marques Bragança, e pelo pró-reitor de Ensino, professor doutor Rafael Bueno da Rosa Moreira. 

 

Na primeira palestra, o engenheiro agrônomo Felipe Sangali Dias, especialista em beneficiamento de sementes, discutiu o aprimoramento da produção e beneficiamento de sementes forrageiras e de grandes culturas, dando o exemplo planejado de sua empresa, a Terra Greda, no que classificou como uma perspectiva um pouco diferente sobre produção de grãos e forrageiras. “O que eu vou abordar hoje é a produção de sementes. E proponho que, apesar de não ser um tema típico da nossa região, a gente pode, sim, trabalhar os cultivos com alta tecnologia e entregar para o Estado e para o Brasil inteiro sementes de altíssima qualidade, como outras regiões consagradas, como Planalto, Santa Catarina e Paraná. 

 

Sangali apresentou dados de produtividade, classificações detalhadas para a qualidade das sementes e medidas para garantir mais tranquilidade na atividade econômica. “Nós temos os nossos gargalos, temos o famoso gargalo da seca, mas isso é solucionável. Na minha propriedade, eu solucionei isso há mais tempo e hoje eu só trato da questão sementes porque a questão da seca já está resolvida. Se eu não tivesse irrigação eu não estaria falando de sementes” garante. O palestrante destaca que as sementes oferecem valor agregado porque vão dar mais rentabilidade ao negócio. “Mas ela traz uma série de responsabilidades, tem uma série de normativas que você precisa atender porque você está entregando para outras pessoas um organismo vivo, e esse organismo tem que ser livre de doenças e de pragas. Ao mesmo tempo, é preciso estar em conformidade com toda a legislação vigente”, recomenda. 

 

Na sequência,  o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Danilo Menezes Santana, esclareceu aspectos do uso e manejo de pastagens de verão para sistemas integrados.  Para isso, abordou os sistemas de produção de toda a Metade Sul do Rio Grande do Sul, que, segundo ele, estão com um percentual de lavoura muito alto, propondo um questionamento “E a nossa pecuária, como é que ela está no meio disso tudo?” O palestrante afirma que as pastagens de verão precisam ser consideradas nesses sistemas, inclusive ocupando parte da área de lavoura, para que esses sistemas possam ficar também mais equilibrados com a pecuária. “Afinal de contas, a gente não quer avançar com outras culturas, como da soja mesmo, que vem avançando fortemente, abrindo mão, em nome disso, de atividades já estabelecidas, como a pecuária”, pondera. Por isso, Santana avalia que a equação desse processo passa por um redesenho dos sistemas de produção. “Para que a gente rode essas lavouras também com pastos de verão. E não só para beneficiar a pecuária, mas para beneficiar as próprias lavouras, com questões que vão ser sentidas a partir da melhoria dos solos, no combate de plantas invasoras e aumento da fertilidade”, detalha. O pesquisador define sua ideia geral. “A questão não é olhar somente uma ou outra atividade, é olhar um mix das atividades. O resultado final disso tudo que vai trazer a renda para a propriedade e para o produtor”, conclui.

 

De acordo com a coordenadora do curso de Agronomia, a engenheira agrônoma Ana Maria Oliveira Bicca, a Semana Acadêmica tem como objetivo principal ampliar o conhecimento técnico-científico dos alunos, oferecendo uma visão prática e contemporânea de temas relevantes para o desenvolvimento do agronegócio. O evento se desenvolve no Salão de Atos do Campus Central até o dia 24, sempre no turno da noite.

 

PROGRAMAÇÃO

23 de outubro (quarta-feira)
19h - Gestão da propriedade rural - Luiz Henrique Pacheco Corrêa - Salão de Atos
20h30 - Arroz irrigado: Aspectos importantes sobre a cultura e de que forma a consultoria agronômica pode incrementar a produtividade - Lucas Bastos - Salão de Atos.

24 de outubro (quinta-feira)
19h - A legalidade ambiental na propriedade rural - Gérson Ferreira (especialista em Auditoria e Gestão Ambiental) - Salão de Atos
20h30 - Estância Paraíso, produção sustentável no bioma pampa - Thomaz Mércio (mestre em Agronegócio e doutor em Zootecnia, ambos pela UFRGS) - Salão de Atos.

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