Realidade Virtual é tema de teleconferência no curso de Jornalismo
A atividade foi realizada numa espécie de intercâmbio em tempo real, diretamente de Portugal.
A teleconferência aconteceu por meio da internet, dentro da disciplina Jornalismo em Rede, do professor Lucas Rohan. A jornalista Patricia Lima, que mora em Portugal, conversou com os acadêmicos sobre três temas específicos: Realidade Virtual, Jornalismo Imersivo, uso de VR no jornalismo. O assunto foi tema da dissertação de mestrado da palestrante.
A Realidade Virtual não é novidade. Porém, o que chamamos de seu renascimento - ocasionado pelas últimas evoluções tecnológicas e pelo barateamento de equipamentos - permitiu sua integração e consequente inovação em diversos campos. Um deles foi o jornalismo. A adoção da Realidade Virtual como uma ferramenta de narrativa jornalística permite que o usuário experimente as situações ou os eventos de uma reportagem como protagonista e amplia as formas de participação e interação desta experiência imersiva. Em busca de desvendar os possíveis caminhos para o uso da Realidade Virtual no jornalismo, este trabalho faz uma análise do conteúdo diário publicado durante os primeiros quatro meses do The Daily 360, projeto do veículo de referência The New York Times. Os resultados mostram que o projeto buscou popularizar os vídeos em 360 graus (ou esféricos) - sem priorizar os níveis de imersão ou mesmo a qualidade - e optou por publicar um conteúdo diverso, buscando em geral o lado mais curioso, independentemente do tema. Os vídeos foram, na maior parte das vezes, enxutos e objetivos (a média de tempo foi de 1 minuto e 25 segundos) - e 60% dos vídeos estavam integrados em artigos multimídia do Times. Ou seja, foi possível compreender a estratégia escolhida pela publicação para dar seus primeiros passos com conteúdo imersivo, assim como refletir sobre as possibilidades que a Realidade Virtual pode oferecer ao jornalismo.
Patrícia Lima é paulista, mestre em Novas Mídias pela Universidade Nova de Lisboa e editora do portal Notícias ao Minuto em Lisboa.
Para Lucas Rohan, que convidou a colega jornalista para a teleconferência, a troca de conhecimentos ajuda a complementar o conteúdo já desenvolvido em sala de aula. “O objetivo dessa conversa foi complementar as aulas introdutórias que tivemos sobre o assunto. A Patrícia desenvolveu um trabalho focado no aproveitamento dessa tecnologia pelo jornalismo e está em contato com o que há de mais recente. Acredito que a conversa foi muito produtiva e ela alertou para algo que considero bem importante: a realidade virtual ressuscitou por conta do aproveitamento pelo jornalismo e o futuro depende, também, do que o jornalismo fará com ela”, avalia.