Na última terça-feira, 14, os acadêmicos do Centro Universitário da Região da Campanha puderam participar da palestra de apresentação do longa-metragem e diálogo com a diretora e produtores de Fronteiriz@s, um filme sobre memórias, dramas e afetos.
Estudantes dos cursos de Ciências Biológicas, Jornalismo, História, Pedagogia e Publicidade e Propaganda participaram da roda de conversa sobre o longa, onde debateram sobre as particularidades da fronteira sul do país, além das dificuldades de produzir a obra, cumprindo as medidas de distanciamento social.
Ricardo Almeida, Produtor geral Fronteiriz@s, Magnum Sória, Produtor executivo Fronteiriz@s e Adriana Gonçalves, Diretora do episódio La Sociedad, fizeram um bate-papo com os estudantes como forma de conscientizá-los sobre as fronteiras do país.
“Então o filme representa muito para mim e para todos da equipe, que lutamos pela cultura da produção audiovisual da fronteira. Esse filme destaca bastante nosso trabalho tendo vasta circulação dentro das universidades. Esse filme é um ato de resistência, fazendo cinema na fronteira”. Ressalta Adriana Gonçalves, através do desenvolvimento do longa, que implicou em acionar esta rede de realizadores de audiovisual da fronteira, atingindo um objetivo singular e genuíno.
Composto por cinco episódios que abordam a vida real e a ficção, tratam das singularidades existentes na fronteira Brasil-Uruguai a partir de cinco localidades: Bagé, Jaguarão/Rio Branco, Livramento/Rivera, Pelotas e Santa Vitória do Palmar/Chuy, que revela a diversidade cultural, social e política que transita nas regiões, e dialoga com a memória a partir dos olhares e linguagens de seus produtores.
O episódio Milonga Lejana está inspirado em cartas verídicas, reportagens, documentários e filmes ficcionais, e também de músicas e de livros. A Casa de Rio resgata as memórias de uma casa de brasileiros localizada em Río Branco, no Uruguai. Já o La Sociedad faz o contrário, e revela as manifestações misturadas, entre uruguaios e brasileiros, que ocorrem em Bagé, no Brasil. Já o Além da Fronteira é uma ficção que conta a história de um trabalhador brasileiro que perde a esposa e precisa enfrentar o desafio de criar a filha sozinho. Desempregado e sem alternativas, ele vai em busca de emprego no Uruguai. O Peregrinus mistura realidade e ficção para explicar como é a vida de uma pessoa que vive nas fronteiras nacionais.
A Coordenadora do Curso de História e Coordenadora do evento, Clarisse Ismério, destaca a importância do evento que promoveu a integração de vários cursos da instituição. “É necessário refletir sobre a condição de fronteira, porque é muito além da delimitação do marco geográfico. Tem a questão da fronteira cultural, dentro das influências e multiculturalismo. Este filme tem uma proposta diferenciada feita em período pandêmico, foi uma noite marcante para todos, conhecendo a parte técnica e estrutural e conceitual do longa”, conclui.
Cristiane Pereira, Professora do curso de Jornalismo, cita que o bate-papo serviu como uma forma de valorizar o cinema da região “Pelo fato dos alunos terem contato com produtores de audiovisual, que é uma área que tem crescido bastante também na comunicação. Foi um evento muito gratificante”, encerra.
"Acredito que, na minha perspectiva, a palestra sobre a longa-metragem foi proveitosa, porque temos uma outra visão do que é a fronteira. Ainda mais para biologia, que estuda o Bioma Pampa, que abrange o estado do Rio Grande do Sul e boa parte do Uruguai, Bolívia. Nós não percebemos, mas estamos sempre conectados” afirma Renata Peralta Reis, estudante de Ciências Biológicas.
Para mais informações sobre o longa-metragem, sobre sua equipe e onde está disponível para assistir, acesse a Página no Facebook Fronteirizos.