Aula inaugural de Fisioterapia da Urcamp debate avanços na telerreabilitação de pacientes com osteoartrite de joelho
Com a proposta de conectar o ensino à produção científica, o curso de Fisioterapia da Urcamp realizou sua aula inaugural na noite desta terça-feira, 15, no Salão de Atos do Campus Central. O evento foi promovido em formato híbrido, reunindo presencialmente e de forma online estudantes, professores e profissionais da área. O responsável pela palestra foi o professor doutor Maurício Tatsch Ximenes Carvalho, que abordou o tema “Exercícios supervisionados remotamente para pacientes com osteoartrite de joelho: implicações em desfechos reportados, parâmetros funcionais e na arquitetura e qualidade muscular”.
O conteúdo apresentado reuniu os principais dados do estudo de doutorado do professor, realizado no Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e desenvolvido no Núcleo de Práticas Assistenciais e no setor de Radiologia do Hospital Universitário da Urcamp.
O trabalho científico investigou a efetividade de um programa de exercícios supervisionados remotamente em comparação com o mesmo protocolo realizado presencialmente. Entre dezembro de 2023 e outubro de 2024, pacientes com diagnóstico de osteoartrite de joelho passaram por diversas avaliações, como questionários sobre dor, bem-estar psicológico e qualidade do sono; testes físicos de performance funcional; e exames de ultrassonografia para medir a arquitetura e a qualidade muscular do quadríceps femoral.
Segundo o professor, os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um com supervisão via videochamada, e outro com acompanhamento presencial. O tratamento durou 12 semanas, com avaliações realizadas ao longo do processo. “Ao final do estudo, concluímos que o programa remoto foi tão efetivo quanto o presencial no manejo da dor e na melhora da condição funcional, da performance funcional e da qualidade muscular”, afirmou.
Um dos pontos mais relevantes observados durante a pesquisa foi o perfil dos participantes. “Boa parte tinha baixo nível educacional, o que torna o resultado ainda mais significativo. O uso da videochamada como ferramenta de telerreabilitação se mostrou viável e eficiente, mesmo entre populações que, em tese, enfrentariam maiores barreiras tecnológicas”, destacou Carvalho.
O estudo reforça a importância da ampliação do acesso à fisioterapia em formato remoto, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Além disso, contribui para a valorização da autonomia do paciente na escolha do tipo de atendimento mais adequado às suas condições.
Ao encerrar a palestra, o professor destacou a emoção de compartilhar o trabalho com os estudantes. “Apresentar esse estudo foi extremamente gratificante. Mais do que divulgar os resultados do doutorado, foi dividir a experiência de conduzir o primeiro ensaio clínico randomizado do Hospital Universitário, uma conquista coletiva com participação ativa de alunos do nosso curso de Fisioterapia”, concluiu.