Urcamp empresta 52 obras do Grupo de Bagé para exposição nacional em Brasília
O reitor da Urcamp, professor doutor Guilherme Cassão Marques Bragança, que também é o guardião do acervo do Museu da Gravura Brasileira, aprovou o empréstimo de 52 obras do Grupo de Bagé. Os trabalhos serão expostos em uma grande exposição nacional promovida pela Caixa Econômica Federal na Caixa Cultural, em Brasília.
Denominada “Os quatro”, a exposição faz parte de uma itinerância desenvolvida pela Fundação Iberê Camargo, de Porto Alegre, com parceiros de várias regiões do país. A exposição começará no dia 18 de março e tem seu encerramento previsto para o dia 18 de junho. De acordo com a curadora de museus da Urcamp, Carmen Barros, a solicitação atende a uma iniciativa de destacar a arte do Rio Grande do Sul.
Gravuras e séries de várias fases e de diferentes técnicas dos artistas modernistas de Bagé foram embaladas nesta quarta-feira, dia 5, por uma equipe especializada, obedecendo toda a regulamentação de proteção de integridade da arte e do patrimônio cultural da cidade de Bagé. O conjunto de obras será transportado de Bagé para Porto Alegre, de onde serão enviadas junto do acervo do Museu Iberê Camargo para Brasília-DF.
O grupo de Bagé
O Grupo de Bagé foi um grupo de artistas atuantes em Bagé e Porto Alegre que se tornou importante para a atualização da arte sulina entre os anos 40 e 50. Sua atuação é historicamente reconhecida como uma influente contribuição para a democratização da arte no Brasil. Seus artistas mais conhecidos são Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Carlos Scliar e Danúbio Gonçalves. O nome nasceu após uma exposição realizada em Porto Alegre, em 1948, quando foram chamados de "os novos de Bagé" pela imprensa local.
Defendiam a popularização da arte através da abordagem de temas sociais e regionais, num estilo figurativo realista, com traços expressionistas. O Grupo foi uma influência direta para a formação do Clube da Gravura de Bagé, do Clube da Gravura de Porto Alegre e do Museu da Gravura Brasileira (inaugurado em Bagé), que renovaram as artes gráficas brasileiras nos anos 50.
Museu da Gravura Brasileira
O Museu da Gravura Brasileira, fundado a 21 de outubro de 1977, é mantido pela URCAMP e tem por finalidade recolher, adquirir, estudar, conservar, comunicar/expor, para fins de estudo, educação, cultura e lazer, obras de Artes Visuais com ênfase na gravura. O acervo contém mais de 400 obras do Clube da Gravura de Bagé e de Porto Alegre. Uma das primeiras doações foi feita pelo artista Carlos Scliar de seu acervo particular com gravuras sobre a temática gaúcha. Atualmente, é composto de mais de 1700 obras, nas técnicas de gravura, serigrafia, gravura em metal, xilogravura, ponta seca, fotografias entre outras técnicas. abriga também obras de: Vasco Prado, Glauco Rodrigues, Danúbio Gonçalves, Glenio Bianchetti, Vera Chaves Barcelos, Fayga Ostrower, entre outros.