Bajeense é responsável por pesquisa de antiviral com potencial de cura para coronavírus
Desde o final de 2019, o coronavírus tem trazido apreensão e cuidados redobrados com a saúde em todo o mundo. O aumento do número de casos em diversos países e os casos de óbito confirmados agravaram o cenário de emergência mundial. Agora, a droga remdesivir tem se mostrado promissora no tratamento do Covid-19, como a doença é oficialmente conhecida. E o ensaio clínico do novo antiviral é coordenado por um bajeense, o médico e pesquisador André Kalil, no Centro Global para Segurança em Saúde da Universidade do Nebraska (Global Center for Health Security at the University of Nebraska Medical Center), em Omaha (estado de Nebraska, Estados Unidos).
Kalil atua nos Estados Unidos há duas décadas. No hospital especializado em contenção biológica, que recebeu 14 pacientes infectados no cruzeiro isolado no Japão, o profissional de 53 anos conduz o ensaio clínico que testa o remdesivir, liderando a equipe que realiza os procedimentos de teste com o antiviral em experimento com cerca de 400 pessoas. O resultado dos primeiros 100 pacientes voluntários devem ser divulgados em 15 dias.
O hospital já havia ganhado destaque na mídia por receber infectados com o vírus ebola para tratamento da epidemia. Inclusive, em 2015, Kalil esteve em Bagé, quando ministrou Aula Magna para os acadêmicos dos cursos de Saúde da Urcamp. Na época, a convite da professora Ana Paula Simões, o médico abordou sua trajetória profissional e experiência no hospital, onde conduzia trabalhos com o vírus Ebola.
Formado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), realizou residência na Universidade de Miami, com especialidade em Doenças Infecciosas na American Board of Internal Medicine; Medicina Intensiva na American Board of Internal Medicine. Atualmente, é professor do Department of Internal Medicine e diretor do Transplant Infectious Diseases.
Novas diretrizes em solo nacional
Com a confirmação de um caso em território nacional, o Ministério da Saúde divulgou, ontem, novas diretrizes de definição para casos suspeitos, elevando para 16 países em alerta do coronavírus. Já estavam no critério Camboja, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Tailândia e Vietnã. Agora, o Ministério inclui oito novos países: Alemanha, Austrália, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia.
A médica pneumologista, Flávia Marzola, responsável pelo Centro de Operações de Emergência (COE) da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde, contudo, ressalta que não há caso para pânico. “Não temos registro de caso autóctono, isto é, que foi pego no país”, destaca.
Mas pessoas que nos últimos 14 dias voltaram de viagem de um dos países com vigilância do vírus, e que atentar para febre ou sinal de algum problema respiratório, poderão serão considerados casos suspeitos. O Ministério da Saúde, através do Sistema Único de Saúde (SUS), garante que está pronto para monitorar e avaliar estas situações.