Professora da Urcamp destaca representatividade negra no patrimônio cultural cemiterial em evento no México
A Coordenadora do curso de de Pedagogia da Urcamp, professora doutora Clarisse Ismério, foi um dos destaques do XXV Encontro Ibero-americano de Valorização e Gestão de Cemitérios Patrimoniais, evento que celebra 25 anos de preservação e resgate das memórias históricas nos cemitérios da América Latina e da Península Ibérica. A professora da Urcamp palestrou na quarta-feira, dia 30, em Morelia, México, onde encontro reúne especialistas e acadêmicos de diversas nacionalidades, com o objetivo de discutir a importância do patrimônio cemiterial como espaço de memória, inclusão e educação. A atividade que iniciou no dia 28 tem seu encerramento previsto para o dia 1º de novembro.
No evento, Clarisse apresentou um trabalho em parceria com o Doutor em Educação e técnico administrativo da Unipampa, Rafael Sais, intitulado "Mãe Luciana: representatividade da mulher negra no patrimônio cultural cemiterial". A pesquisa aborda a vida e a história de Luciana Lealdina de Araújo, popularmente conhecida como Mãe Luciana, uma figura importante para a cultura e memória local, cuja trajetória foi marginalizada ao longo dos anos. Clarisse e Rafael elaboraram um roteiro voltado para a educação patrimonial e o turismo, com o objetivo de promover a história de Mãe Luciana e garantir que seu legado seja devidamente reconhecido e valorizado.
Para Clarisse, que também representa a Escola Estadual de Ensino Médio Carlos Kluwe em seu projeto, este trabalho é uma forma de reparação histórica e uma oportunidade de rediscutir a maneira como memórias negras têm sido tratadas em espaços de preservação cultural. "A história de Mãe Luciana é parte fundamental da nossa herança cultural e precisa ser visibilizada. Ela representa a luta e a resistência da mulher negra em contextos de exclusão. Trazer essa narrativa para um evento internacional é um passo importante para promover o respeito e o reconhecimento dessas memórias que foram silenciadas por muito tempo", afirma.
Além de destacar a trajetória de Mãe Luciana, a proposta da professora também visa fomentar o turismo cultural voltado para a valorização da história afro-brasileira, ampliando as discussões sobre identidade e pertencimento nos espaços de memória. O roteiro elaborado busca não apenas educar os visitantes, mas também criar uma conexão mais profunda com a herança cultural negra, integrando o patrimônio cemiterial como um local de aprendizado e reflexão.
REPRESENTATIVIDADE
Segundo o pró-reitor de Inovação, Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Urcamp, professor doutor Guilherme Collares, é importante o reconhecimento internacional dos docentes da instituição. “Para nós, é motivo de muito orgulho ver nossos professores sendo reconhecidos em eventos científicos internacionais. Esse tipo de participação não apenas enriquece a formação acadêmica dos nossos docentes, mas também projeta a Urcamp como uma universidade comprometida com temas relevantes e atuais, como a representatividade e a valorização das memórias culturais.”, afirmou o professor.
Ao longo de sua carreira, Clarisse Ismério tem atuado em diversas frentes para promover a valorização e o reconhecimento de figuras históricas que, como Mãe Luciana, tiveram sua importância subestimada ou apagada. Como coordenadora do curso de Pedagogia da Urcamp, que recebeu nota 4 do MEC, ela também orienta projetos que visam formar futuros educadores comprometidos com a diversidade e a inclusão. Esta participação no encontro ibero-americano reforça seu compromisso com uma educação patrimonial que respeita e valoriza as memórias afro-brasileiras, defendendo o direito à memória e à identidade cultural de todos os povos.