Iniciativa do Núcleo de Práticas de Saúde da Urcamp resulta em projeto Mulheres de Fibra

Uma ação idealizada pelo Núcleo de Práticas de Saúde (NPS) da Urcamp deu início ao projeto Mulheres de Fibra. A ação consiste em atender portadoras de fibromialgia e teve sua primeira oficina realizada na tarde da última quarta-feira, 25, com as pacientes que já são atendidas pelo NPS (totalizando oito), que funciona em anexo ao Hospital Universitário (HU). A perspectiva é que o trabalho seja ampliado e atenda todas que estão cadastradas no Grupo Fibro Bagé. Vale lembrar que, recentemente, a Câmara de Vereadores aprovou uma lei que implementou políticas públicas para o tratamento de fibromialgia.


Segundo a coordenadora do NPS e professora de Nutrição, Mirtes Dalmaso, o projeto Mulheres de Fibra vai incluir a implementação de práticas multiprofissionais para garantir assistência qualificada em um ambiente estruturado. Outro objetivo é gerenciar a dor e a fadiga associadas à síndrome, através de recursos fisioterápicos, auxiliar no controle do estresse, ansiedade e depressão com atendimentos de psicoterapia, promover a adoção de uma dieta saudável e adequada às necessidades dos pacientes para minimizar os impactos da fibromialgia e proporcionar desenvolvimento de pesquisa, a nível de graduação e pós-graduação.


Os pacientes serão encaminhados pela rede de saúde do município ao NPS/URCAMP, onde participarão de grupos interdisciplinares, com profissionais e alunos dos cursos de Fisioterapia, Nutrição e Psicologia e encaminhados para atendimentos individuais quando necessário.


A idealização foi das professoras Mirtes Dalmaso (Nutrição e coordenadora do NPS) e Ionara Hoffmeister (Fisioterapia) e é realizado juntamente dos professores Maurício Carvalho (Fisioterapia), Elisandro Freitas (Psicologia e preceptor), Cássia Medeiros (Nutrição) e Maísa Rodrigues (Fisioterapeuta do HU). Ou seja, trata-se de uma abordagem multidisciplinar para tratamento da fibromialgia.


Embora o projeto seja piloto, a intenção é que os encontros sejam realizados uma vez por mês. E já há essa perspectiva, pois, de acordo com a professora Ionara Hoffmeister, o projeto Mulheres de Fibra tem uma nova edição prevista para novembro e, a partir de 2024, adotará caráter contínuo.


Sobre a fibromialgia


A fibromialgia é uma síndrome que se caracteriza por dor crônica e não inflamatória, cuja origem ainda não é completamente compreendida. Essa condição representa cerca de 15% das consultas realizadas em clínicas de reumatologia e de 5% a 10% nas clínicas de medicina geral. A proporção entre mulheres e homens é de cerca de 6 a 10 mulheres para cada homem.


Nas abordagens não farmacológicas, além da fisioterapia, a nutrição, a psicologia e a educação física também surge com um papel que apresenta benefícios potenciais na gestão da fibromialgia.
A abordagem multidisciplinar proposta neste projeto visa abordar a fibromialgia de maneira abrangente, promovendo a saúde física e mental dos pacientes. Ao combinar exercícios físicos personalizados, terapia cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento e educação sobre estilo de vida saudável, espera-se reduzir a intensidade dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes que lidam com essa condição debilitante, e potencializar os resultados do seu tratamento sempre combinando o farmacológico e o não farmacológico.