Escritor José Francisco Botelho detalha conceitos do Jornalismo Cultural para estudantes da Urcamp

O curso de Jornalismo da Urcamp recebeu, na noite de terça-feira (19), o jornalista, escritor e tradutor, José Francisco Botelho, para compartilhar experiências de sua carreira e desenvolver conceitos de Jornalismo Especializado, na área da cobertura Cultural. Ao longo de duas horas, os acadêmicos do Jornalismo e o presidente da Academia Bageense de Letras debateram exemplos de Jornalismo cultural, a partir das reportagens publicadas por Botelho em veículos de comunicação impressa como revistas Veja, Superinteressante, Aventuras na História, Amanhã, Bravo e Aplauso, além de jornais como O Globo e Estadão.

Botelho que, apesar de longo currículo em organizações de comunicação de todo o país, nasceu em Bagé e revela-se como um dos primeiros jornalistas a trabalhar por e-mail em um período em que o conceito de trabalho remoto ainda não era concebido como entende-se atualmente. Como testemunha de uma verdadeira transformação nas relações de trabalho do jornalismo de redação, o profissional detalhou a atividade do Jornalismo cultural e ofereceu dicas para a construção de abertura de textos especializados, cujas características, diferente do jornalismo informativo, aproximam-se da redação de ensaios e resenhas. Ao afirmar que em determinado momento da carreira dedicou-se a uma área de atuação mais focada na cultura, privilegiando textos sobre cinema como uma paixão particular, Francisco Botelho também destaca que o jornalista deve sempre estar preparado para a cobertura de todas as áreas.

Para o coordenador do curso de Jornalismo da Urcamp, Glauber Pereira, o encontro serviu para tirar a poeira que invariavelmente fica por cima dos conceitos de jornalismo cultural, um pouco pelo preconceito para com a leitura, outro pela ultrapassada prática dos veículos de encarar a cultura sob um ponto de vista que se resume a eventos. “A experiência do palestrante mostra que o tema é amplo e de muita potencialidade”, conclui.

José Francisco Botelho

- Jornalista graduado pela Famecos/PUCRS
- Doutor em Letras pela UFRGS
- Presidente da Academia Bageense de Letras
- Recebeu o Prêmio Açorianos pelo livro Cavalo de Cronos (2018).
- Recebeu duas vezes o Jabuti pelas traduções de Contos da Cantuária, de Geoffrey Chaucer (2014) e Romeu e Julieta, de Wiliam Shakespeare (2017).
- Livros editados: A árvore que falava aramaico (2011), Cavalos de Cronos (2018), E tu serás um ermo novamente (2021), Odisseia da Filosofia (relançado em 2021), Guerra do Paraguai (2021, em parceria com Laura Ferraza de Lima