Lideranças e representantes do legislativo estadual e federal debatem alternativas para desenvolvimento regional
Lideranças e representantes do legislativo estadual e federal debatem alternativas para desenvolvimento regional
Uma assembleia on-line reuniu representantes dos sete municípios que compõem o Conselho Regional de Desenvolvimento da Campanha - Corede Campanha, representantes do legislativo estadual e federal, de instituições de ensino superior, de apoio ao desenvolvimento da inovação e da tecnologia e de associações regionais com o objetivo de traçar planejar as ações do Centro de Desenvolvimento Regional (CDR Campanha), além de prospectar as possibilidades de financiamento da carteira de projetos da entidade.
Importante lembrar que o CDR, atualmente coordenado por Elisabeth Drumm e Leandro Pires, é um programa piloto criado em 2017 e implantado em quatro cidades brasileiras, sendo Bagé uma delas. O papel da entidade é reunir as forças de ensino, pesquisa e extensão junto às forças sociais e políticas regionais e articular e efetivar iniciativas empreendedoras, referenciando a inovação como estratégia na região.
No encontro, junto à presidente do Corede Campanha e reitora da Urcamp, Lia Maria Herzer Quintana, participaram o senador Lasier Martins; Paulo Barone, assessor da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, o deputado estadual Luiz Fernando Mainardi; o consultor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Cleber Prodanov; o diretor-presidente da Fapergs, Odir Dellagostin; e o presidente da Associação de Vinhos da Campanha, Valter José Pötter.
Lia Quintana abriu as atividades falando sobre “A importância da Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Regional da Campanha”, junto ao gerente de campus e coordenador do CDR, professor Leandro Pires, que explicou o ecossistema propício para fomentar o desenvolvimento criado a partir da implantação da Graduação I, modelo de ensino adotado pela Urcamp, em 2019, que entrelaça o Centro Universitário e a comunidade em busca de soluções inovadoras, além da projeção da incubadora de empresas e projetos sociais, UTech I.
“É nossa vocação, enquanto instituição comunitária, estar inserida no contexto de desenvolvimento regional. O importante deste momento é que a nossa instituição e nossos professores estão vocacionados para o desenvolvimento regional. Temos potenciais muito grandes para desenvolver e já iniciamos com a diversificação da matriz produtiva, com os vinhedos e olivais”, destacou a reitora.
Em seguida, Márcio de Miranda Santos, presidente do CGEE, deu sequência ao pensamento sobre as potencialidades locais, destacando que, no momento, uma das ações necessárias é manter o foco no território, observando “a estrutura, vocações e os projetos com maiores probabilidades de promover o desenvolvimento, emprego, renda e bem estar da população”.
Assessor da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, Paulo Barone abordou a Política Pública de Desenvolvimento Regional para o Brasil, ressaltando o pioneirismo do programa piloto. Destacou, ainda, as empresas como forças vivas presentes na região, que precisam ser mobilizadas de maneira sistemática, participando de forma ativa no sentido de desenvolver cada setor em busca de um objetivo maior, que é o desenvolvimento regional.
Diretor-presidente da FAPERGS, Odir Dellagostin falou sobre as possibilidades de financiamento das iniciativas de tecnologia e inovação pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul. Apesar de não poder utilizar recursos do tesouro do Estado para financiar projetos de desenvolvimento regional, a entidade, conforme proposto pelo diretor-presidente, se prontifica a servir como canal de alocação dos recursos captados de outras fontes e agências, até que cheguem às coordenações dos projetos. Ele exemplificou, ainda, alguns projetos no segmento, que podem servir como instrumentos de estímulo ao desenvolvimento tecnológico e inovação do Estado, como o Inova RS e o programa Líder, desenvolvido pelo Sebrae, que podem atuar em sinergia com CDR e criar um ambiente favorável para fazer acontecer o desenvolvimento regional. “Temos um capital intelectual robusto e isso é fantástico porque é a base para a inovação. O que precisamos é de instrumentos que deem oportunidade para que a inovação realmente aconteça”.
Já Mainardi, que abordou o desenvolvimento regional sob o olhar do Legislativo Estadual, apontou a necessidade de sensibilizar os governos a tratar regiões diferentes com políticas diferenciadas. “O desenvolvimento nunca ocorre de forma uniforme. Esta região tem enormes potenciais para diversificar, se somando a produção de carnes de excelente qualidade, mas temos que ir muito além”, apontou.
O senador Lasier Martins também apontou o crescimento desigual entre as diferentes regiões do Estado, sendo a região Sul, atualmente, uma das mais enfraquecidas economicamente. A partir de um projeto de lei proposto por ele, que aguarda votação da Câmara, ele pretende instrumentalizar a região a mudar este cenário a partir da concessão de estímulos específicos em empreendimentos que comprovem proveito para metade sul; operações de crédito interno e externo; convênios e contratos firmados por municípios da região com o governo estadual e federal; autorização de compensações orçamentárias e autorização da criação de fundos constitucionais e do próprio orçamento para programas focados nas economias regionais.
No encerramento da atividade, foi acenada a possibilidade de compor uma fonte variada de recursos para o financiamento da carteira de projetos.