Protagonismo e empoderamento feminino é abordado em palestra na segunda noite do Congrega 2024

Por Joice Cougo
Acadêmica de Jornalismo Urcamp

Iniciando a noite desta terça-feira, 19, da 20ª edição do Congrega Urcamp, a professora doutora Clarisse Ismério palestrou sobre o “Protagonismo e Empoderamento das Mulheres na Ciência”, apresentando dados e alguns nomes importantes que trabalharam para o desenvolvimento e visibilidade feminina nos campos das inovações científicas.

Historicamente, a mulher sempre foi colocada em segundo plano, em diversos contextos e, para Clarisse, a necessidade de abordar o empoderamento feminino e apresentar dados sobre o assunto em eventos acadêmicos abertos à comunidade é crucial nos dias de hoje. Isso se torna ainda mais evidente quando é considerado que apenas 28% dos cientistas no mundo são mulheres. “Nada mais importante do que trazer para o espaço do Congrega uma reflexão sobre a importância das mulheres na ciência. Muitas foram invisibilizadas e não são valorizadas. Então, elas têm que buscar cada vez mais espaço na sociedade, principalmente na área da ciência”, afirma.

A professora explica que é importante não se contentar em apenas estar presente nos bastidores, desenvolvendo projetos enquanto outros levam o crédito, especialmente os homens. “É preciso lutar e vislumbrar o futuro. Nós, mulheres, precisamos nos fazer presentes. Se eu trabalho duro e contribuo, tenho o direito de ser reconhecida. Preciso ter confiança para afirmar que este é meu espaço. Assim, cada vez mais, as mulheres precisam buscar o ‘sim’, pois ao longo da vida, o ‘não’ sempre nos foi dado”, relata.

Um exemplo de mulher protagonista citado na palestra foi a nordestina Nise da Silveira, estudiosa no campo da psiquiatria, que lutou pelo seu espaço e revolucionou os tratamentos de saúde mental no Brasil e causou um olhar mais humano aos pacientes psiquiátricos.

Sessão de autógrafos

Após a palestra, Clarisse realizou uma sessão de autógrafos de livros de sua autoria com ligação ao assunto abordado. A obra "Mulher: a moral e o imaginário" aborda a história das mulheres no Rio Grande do Sul e seu processo de empoderamento ao longo do tempo. Clarisse relata que o livro inicialmente discute a sociedade machista da época, destacando o papel das mulheres como professoras e posteriormente sua luta para quebrar esses padrões machistas.

Por outro lado, o livro "Histórias de Bagé: Novos Olhares - volume II" destaca a sororidade na perpetuação da memória de uma mulher na outra. A professora doutora observa que Andradina de Oliveira escreve sobre Leocádia Greco, esposa do fotógrafo da Revolução de 1993, e que o único texto disponível sobre Leocádia é o de Andradina. Isso demonstra a importância de as mulheres registrarem e perpetuarem as histórias umas das outras.