Cineclube da Urcamp exibe “Ilha das Flores” durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
FILME TEVE ABERTURA EM VÍDEO ENVIADA PELO DIRETOR JORGE FURTADO
O curso de Jornalismo da Urcamp promoveu, na tarde dessa quarta-feira, 16, a exibição comentada do curta-metragem Ilha das Flores, de Jorge Furtado, no Cineclube UrcampDocumenta. A sessão comemorativa aos 35 anos do curta-metragem ocorreu no Teatro Cenarte/Urcamp como parte da programação da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, reunindo acadêmicos, profissionais do audiovisual e estudantes de escolas de Ensino Médio.
Lançado em 1989, Ilha das Flores é um dos curtas mais emblemáticos do cinema brasileiro, retratando as desigualdades sociais e o impacto do desperdício de alimentos. A obra acompanha a trajetória de um tomate, desde a plantação até o descarte no aterro sanitário Ilha das Flores, em Porto Alegre. Lá, os restos que não são considerados adequados para a alimentação dos porcos são destinados às pessoas que vivem no local. Em 1995, o filme foi eleito um dos 100 curtas-metragens mais importantes do século XX no Festival de Clermont-Ferrand, na França.
A obra, que chega aos 35 anos mais atual de que nunca, foi apresentada pelo próprio diretor. Não tendo como estar presente na data, Jorge Furtado enviou um vídeo ao evento que foi exibido antes do curta. Após a exibição, o público participou de um debate mediado pelo professor Glauber Pereira, coordenador do curso de Jornalismo e assessor de Comunicação e Marketing da Urcamp. Os professores Jeferson Vainer, do curso de Jornalismo, e Tamyris Ramos, coordenadora do curso de Ciências Biológicas, conduziram discussões sobre as questões sociais e ambientais levantadas pelo filme.
Quem conduziu os alunos do IFSul Bagé ao evento foi a professora Natália Centeno. “Essa experiência já seria significativa por si só, mas debater um curta-metragem que marcou a história do cinema gaúcho e brasileiro enriquece ainda mais a percepção dos estudantes. Isso os faz refletir sobre como o tempo altera as linguagens, mas mantém presentes os mesmos problemas não resolvidos na sociedade e são tão atuais como as questões ambientais e as desigualdades sociais”, analisa. A professora Gabriele Glasenapp, do Colégio Espírito Santo, destacou a relevância da sessão para seus alunos, especialmente os que estão prestes a prestar vestibular. "Foi uma oportunidade riquíssima, tanto no aspecto social quanto no ambiental. Esses são temas que certamente estarão presentes nas provas do Enem e de outros vestibulares," afirmou.
O estudante Bernardo Souto, do Espírito Santo, também comentou sobre o impacto do curta. "Acho que o filme traz uma reflexão importante não apenas sobre o descarte inadequado de lixo, mas também sobre como as pessoas enxergam essa realidade hoje em dia. Precisamos ter mais consciência do perigo e das consequências para o meio ambiente", salientou.
O projeto
O Cineclube UrcampDocumenta tem como proposta oferecer sessões gratuitas de cinema seguidas de debates e análises dos filmes exibidos. O projeto visa formar um público crítico, capaz de interpretar obras audiovisuais e discutir temas de relevância social. Além de aproximar o cinema da comunidade bajeense, a iniciativa integra a universidade e a comunidade, promovendo diálogos sobre questões atuais e preparando os acadêmicos para a organização de eventos culturais.