Professor da Urcamp ministra oficina de fotografia no Fórum de Cinema e Turismo em Fernando de Noronha
O curso de jornalismo da Urcamp comemora a participação do professor Jeferson Vainer no Fórum de Cinema e Turismo de Fernando de Noronha - o Noronha2B Film Commission Forum. O evento, que reúne projetos de audiovisual em produção ou já em desenvolvimento, foi realizado entre os dias 29 de junho e 2 de julho no arquipélago pernambucano. “A participação do nosso colega em eventos nacionais de audiovisual contribui para a formação dos nossos acadêmicos e qualifica a experiência que compartilhamos”, avalia o coordenador do curso, jornalista Glauber Pereira.
Criado para orientar oportunidades de qualificação e financiamento de projetos de cinema, a atividade desenvolveu o N2B Wip Lab, que é um laboratório de projetos, visitas aos cenários da ilha e encontros com equipes técnicas do Ministério da Cultura que mobilizaram a presença de mais de 100 visitantes. Integrado à programação oficial do evento na produção de audiovisual para redes sociais, Vainer contribuiu com algumas contrapartidas que marcam a influência do evento na comunidade.
Fazer diferença na comunidade
Habitual colaborador das escolas de Bagé, onde desenvolve oficinas de audiovisual para jovens do ensino médio interessados em jornalismo ou cinema, Vainer se preparou para ministrar uma oficina de fotografia para 20 alunos da Escola de Referência em Ensino Médio Arquipélago de Fernando de Noronha. A proposta do evento foi apresentar uma série de capacitações gratuitas que pudessem se integrar e conduzir para um produto final como culminância. “Houve oficinas de roteiro. Eu finalizei essas contrapartidas com uma oficina de direção de fotografia para alunos do primeiro ano do ensino médio dessa escola”, relata o professor.
Sabendo que estava indo para uma ilha, Vainer preparou equipamento que desse autonomia para uma produção local ser finalizada pelo grupo. “Era preciso garantir que pudessem fazer a atividade deles, trabalharem com iluminação, um pouquinho de edição, fotografia, lightpainting (pintura de uma imagem exclusivamente com o recurso de iluminação) pose, retrato, iluminação de três pontos. Alguns tópicos que eu dou até no próprio curso de jornalismo”, explica.
Sob sua orientação, os jovens tiveram condições de interpretar um roteiro e desenvolver mensagens de audiovisual com a leitura e execução de diferentes enquadramentos que, para o palestrante, figuram como uma gramática do discurso das imagens. “A ideia é que tudo isso proporcionasse a eles contarem a história que já tinha uma base na oficina de roteiro do Alessandro Engroff. Eles tinham uma historinha para contar”, descreve o professor Jef, como é popularmente conhecido entre os alunos.
Observando a curiosidade dos jovens, o oficineiro deixou-os manusear os equipamentos, fez exercícios práticos de iluminação e enquadramentos com a câmera. “Depois eu comecei a passar o conteúdo em si, que foi pose e retrato, fiz os planos cinematográficos. No fim, a gente executou a contação dessa historinha que veio lá do roteiro, que falava sobre um menino que tomava muitos foras na escola e que depois de tomar tantos foras, ele decidiu pensar em si mesmo e se transformar em cineasta. Então, foi isso que eles contaram”, comenta.
O mundo em uma ilha
O professor menciona que a experiência de conviver com a população de um arquipélago trouxe uma impressão de pessoas amistosas e tranquilas. Vainer percebeu que aquele era um mundo a descobrir. Descreveu sua permanência na ilha como estar em um grande e inspirador cenário. “Para todo lado que se olha é possível identificar uma grande fotografia”, relata. Vainer descreveu sua participação em eventos artísticos com maracatu e cerimônias religiosas católicas, como uma procissão de São Pedro no dia do padroeiro dos pescadores feita com barcos, até as rochas gêmeas chamadas Morro Dois Irmãos - mais conhecido cartão postal de Fernando de Noronha.
“Deu para perceber o respeito e o envolvimento da população com sua identidade e com a natureza. Então, considerei a necessidade de me apresentar e descrever o meu espaço. Falei, eu sou o Jeff, sou professor do curso de jornalismo da Urcamp. Perguntei: vocês conhecem a Urcamp? Vocês conhecem Bagé? Disse que Bagé é uma cidade que fica no sul do Brasil. Quando perguntei, eles disseram que conheciam o Uruguai. Eu disse que Bagé é uma cidade mais perto do Uruguai do que de São Paulo”, provocou o professor, buscando ilustrar as grandes distâncias e o desafio da convivência geográfica e cultural no Brasil. “Então acho que é isso o principal de educar, de fazer os alunos terem boas experiências. A gente está sempre falando aqui na fronteira de pontes secas, de acabar com fronteiras, de ter essas aberturas. Eu acho que lá se fez uma ponte: de Bagé a Fernando de Noronha. Ela não é uma ponte seca, não é uma ponte aérea, mas foi feita. Isso é o que fica mais marcado quando a gente dá uma aula”, conclui.
CRÉDITOS DAS FOTOS:
Panorâmicas aéreas- MARIANO CORREA
Oficina - FRED RUAS
Retrato e e procissão marinha de dentro do barco: JEFERSON VAINER