Palestra da Urcamp aponta necessidade de investimento em inovação e tecnologia para atender demandas da alimentação

Engenheira agrônoma, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Bianca Pio Ávila falou, na noite de hoje, sobre os “Avanços e tendências na pesquisa de qualidade em alimentos – do campo à mesa do consumidor”. A palestra online foi ministrada para a comunidade acadêmica de quatro cursos da Urcamp: Nutrição, Farmácia, Agronomia e Gastronomia.

Pró-reitora de Ensino da instituição, a professora Virgínia Paiva Dreux abriu a atividade, ressaltando a importância de eventos interdisciplinares, que permitam um olhar diferenciado sobre os assuntos em debate. “Um momento como esse é de grande valia para a experiência profissional de todos - uma experiência fora da sala de aula, que sempre traz novos olhares, novos conhecimentos”, disse.
Após uma breve apresentação dos quatro coordenadores dos cursos anfitriões, Bianca contou que no momento em que recebeu o convite de palestrar para profissionais de quatro diferentes áreas, sentiu como um desafio a ser enfrentado.

Desta forma, iniciou sua fala apontando o significado do alimento para cada uma das quatro áreas abordadas, além de apresentar um breve relato sobre a importância da alimentação, que já era apontada na Grécia Antiga.

Ela destacou, durante o evento, alguns tópicos com maior relevância para os cursos, como as novas tendências em alimentos e seus consumidores, qualidade nutricional e sensorial; pesquisas em alimentos bioativos; pesquisas para consumidores celíacos e de dietas alternativas como low carb; a importância dos alimentos tradicionais como arroz e feijão e o que há de novo em relação a eles; abordagem alternativa de pesquisa e experimentação em tempos de pandemia e o uso de novas cultivares para novos mercados.

Em um dos momentos mais interessantes da palestra, Bia apresentou uma abordagem mais social, voltada à alimentação, com projeção de dados preocupantes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) com reflexos já para os próximos 30 anos. “A Fao estima que até 2050, a população mundial irá aumentar de seis bilhões para nove bilhões de pessoas no mundo. Haverá alimentos para todos? Como será essa demanda?”, questionou.

Com estimativa de crescimento da produção em 70% para atender a demanda, ela aponta que a resposta é investimento em pesquisa e inovação. “Precisamos inovar, pesquisar e usar a tecnologia para que um alimento produzido em cinco hectares, consiga ser produzido, em mesma quantidade, em um hectare. Se eu não conseguir fazer isso, vai acarretar um desequilíbrio climático, que estamos vendo já há alguns anos”, destacou.

O papel da consciência ambiental e sustentabilidade também são, conforme apontado pela pesquisadora, preponderantes : “Não há mais como produzir alimentos, seja no campo ou na indústria, sem ter consciência destes dois fatores”.

Bianca, professora e escritora, pesquisadora colaboradora do projeto Segurança Alimentar e Nutricional da Embrapa Clima Temperado e do Projeto Leite Seguro com a Embrapa e o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Doutora e mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial da UFPEL, traz no currículo dois pós-doutorados: o primeiro na FAPERGS, em 2018, em pesquisas com qualidade nutricional e industrial de arroz e em 2019 com enfoque em pesquisas de armazenamento e qualidade de grãos no Brasil.

Para quem perdeu a transmissão ao vivo, a palestra ficará disponível no canal oficial da Urcamp no Youtube.