Equipe de Atenção Primária à Saúde de Aceguá compartilha experiências com acadêmicos da Urcamp
Com o objetivo de unir teoria e prática, contemplando o conteúdo da Componente curricular de Contextos em Saúde Coletiva dos cursos de Enfermagem e Fisioterapia, a professora Nani Tavares convidou a equipe de Atenção Primária em Saúde do município de Aceguá para compartilhar experiências com os acadêmicos, tendo por base a legislação que orienta as ações do setor. O encontro, realizado em ambiente de aula no salão de atos, na última quinta-feira, teve como um dos focos destacar a realidade do atendimento do que a enfermeira Carla Dias Dutra denomina como a primeira porta de entrada do paciente na rede dos Sistema Único, que é a Unidade Básica de Saúde.
”Temos um município pequeno, com 100% de cobertura em Saúde da Família e 11 agentes comunitários de Saúde. Temos a facilidade de ter toda a população cadastrada, o que permite conhecer as pessoas”, informa a coordenadora de equipe considerando seu objetivo de estabelecer ações que respondam às demandas da própria população. “Uma dica para caracterizar o trabalho da equipe é que a gente trabalha com prevenção e promoção em saúde, para evitar que as pessoas fiquem doentes”, detalha Carla. O aspecto levantado pela palestrante não diminui a preocupação dos profissionais em também prestar atendimento curativo. “Se as pessoas já estiverem doentes, nós queremos que melhorem. Agimos também na reabilitação a fim de que todos retomem seu potencial máximo”, completa a profissional avaliando um total de cinco mil atendimento por mês entre as equipes e agentes.
UM RECADO
Ainda que o trabalho desenvolvido pela equipe tenha sido descrito em suas mais diversas fases, a enfermeira destacou a importância da Atenção Primária voltada para a necessidade de saúde da população. “É fundamental estarmos atentos aos múltiplos saberes. De o atendimento não ficar limitado ao médico e ao enfermeiro. Todas as profissões têm muito a contribuir e, por isso, é preciso aprender a trabalhar em equipe, pois assim se obtém os melhores resultados”, defende. Da mesma maneira como destacou a visão abrangente sobre a acolhida de pacientes, a palestrante também defendeu um olhar multidisciplinar para o atendimento, “Nós temos que entender que o paciente é uma pessoa. Ele não pode ser reduzido a um órgão que não funciona ou a um membro fraturado”, afirma Carla indicando que, de acordo com a legislação, é preciso estar atento a todas as dimensões de acolhida ao ser humano, desde sua entrada no sistema público.
Já a professora Nani destaca que as orientações servem como uma experiência real, em um contexto específico de atendimento que inspira muitas comparações com a teoria. “É muito construtivo termos um relato de resultados da aplicação de ações efetivas para a garantia de acesso à saúde aplicada a partir de um território de grandes afinidades culturais e geográficas com o universo dos alunos”, analisa.