Cárlida Emerim participa de aula inaugural do curso de Jornalismo

Por Melissa Louçan

Ex-integrante do corpo docente da Urcamp, Cárlida Emerim foi a convidada escolhida para a aula inaugural do curso de Jornalismo, que celebra 25 anos em 2021. O convite foi realizado pelo coordenador do curso, Glauber Pereira, já que além de ter sido parte do corpo docente, Cárlida é referência em sua área de atuação e estudo sobre telejornalismo. O evento foi acompanhado por acadêmicos, professores e profissionais da área através de encontro virtual na noite de quinta-feira, um dia após a celebração do Dia do Jornalista.

Atuando como professora na Graduação e Pós-graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Cárlida relembrou o tempo em que integrou o quadro de docentes da instituição com carinho por ter sido o início de sua caminhada acadêmica. “A Urcamp tem uma importância muito grande na minha trajetória. Comecei a carreira em Bagé, com cursos de especialização antes de ingressar no quadro. Depois fui evoluindo em outras frentes, outros trabalhos, mas tem sempre esse pé na Facos, com uma memória afetiva e enorme aprendizado”, disse.

Com o tema “Jornalismo, Desinformação e Pandemia – O caso do telejornalismo”, Cárlida abordou o papel essencial do jornalismo em um momento em que o mundo atravessa uma pandemia de escala global - em meio ao negacionismo, descredibilização de fontes técnicas e fake news. “O jornalismo está à serviço do interesse público e não ao interesse do público. Não é dirigido a um grupo específico. Ele fala para todos ao mesmo tempo”, destacou.

Para ela, o jornalismo colabora com o desenvolvimento da sociedade com a produção de conhecimento através das notícias. E isto reflete o empoderamento do cidadão, que através das notícias conhece não só a sua própria realidade, mas também o que está acontecendo no mundo. “A partir disso, possibilita que o cidadão reflita sobre atitudes, modifique sua realidade e contribua com mudanças sociais”, afirma.

Essa missão de informar e auxiliar o cidadão na criação de conhecimento e senso crítico de seu próprio tempo é crucial no enfrentamento a dois grandes desafios atuais: as fake news e sua rede de compartilhamento, que fazem com que as informações falsas acabem chegando nas pessoas que, muitas vezes, não tem as ferramentas para fazer o discernimento. “Nossa função está muito mais presente e ganhou maior importância nesse momento, com a busca da verdade científica. Não trabalhamos com suspeições, achismos. Para dar notícia em qualquer uma das mídias, temos que apurar com aqueles que tem conhecimento”, destaca.

O outro desafio é a desinformação, que se apresenta de duas maneiras: tanto pode omitir informações quanto desqualificar as informações repassadas. “Desinformar não significa não informar, necessariamente. Pode ser trazer a informação incorreta ou incompleta”, explica. Sobre isso, a jornalista aponta que é necessário atenção, já que todos os processos e narrativas de produção jornalística são conhecidas e utilizadas pelos agentes da desinformação, com o objetivo de emprestar maior credibilidade ao que é transmitido. “Estamos no caminho certo, este trabalho que estamos fazendo vem salvando vidas. Estamos colaborando para que a informação realmente faça diferença e empodere as pessoas através do conhecimento”, destacou.